quinta-feira, 19 de maio de 2011

As prescrições ortodônticas

Andrews, Ricketts, Roth, MBT, Capelozza. Todos esses nomes (na realidade, seus sobrenomes) são de conhecimento do ortodontista e, em geral, do cirurgião-dentista clínico.

O início na especialidade da Ortodontia foi com Edward H. Angle, e seu aparelho Edgewise. Angle seguia uma filosofia conservadora, onde pensava ser necessária a presença de todos os elementos dentais para um correto posicionamento das arcadas. Ainda Angle foi o precursor dos aparelhos ortodônticos como os conhecemos hoje.

Na década de 60, Lawrence Andrews realizou uma pesquisa para comparar a oclusão normal natural com os resultados de tratamentos ortodônticos considerados bem finalizados dos melhores ortodontistas do país. Andrews determinou as metas terapêuticas a serem alcançadas na Ortodontia a partir de seus estudos. Estabeleceu onde seriam as posições mais adequadas para os dentes sob o ponto de vista anatômico e, além disso, determinou uma linha de referência na coroa dentária para que se efetuasse um correto posicionamento da peça, o eixo vertical da coroa. Foram criados assim os braquetes totalmente programados, com angulações e inclinações embutidas à peça.


Robert M. Ricketts deu origem a uma inovadora filosofia de tratamento ortodôntico denominada Terapia Bioprogressiva, bastante utilizada atualmente. Ricketts almejava realizar o tratamento ortodôntico através de um sistema mecânico simples, com forças leves e, acima de tudo, biologicamente confiável. Tomou como referência o seccionamento dos arcos sugerido por Burstone, idealizando uma mecânica segmentada, com o arco base e suas variações.

Após muitos anos de uso clínico do aparelho Straight Wire, proposto por Andrews em 1972, John Bennett e Richard McLaughlin proporam novas mudanças nos braquetes. As características da peça Straight Wire padrão eram derivadas de modelos normais não tratados ortodonticamente (estudados por Andrews), que possuíam bases ósseas adequadas, ou seja, elas eram arredondadas e largas, e eles observaram que muitos dos casos tratados em consultório tinham bases estreitas. Em asociação a Hugo Trevisi, surgiu a prescrição MBT, de McLaughlin, Bennett e Trevisi.

Leopoldino Capelozza Filho e equipe amadureceram o pensamento de McLaughlin, Bennett e Trevisi, de que embora o movimento de translação dentária, efetuado pelo ortodontista, provoque perda da angulação de alguns dentes (caninos ou pré-molares), a permanência do arco retangular no slot do braquete acaba por reintroduzir o posicionamento ideal perdido no ato do movimento, não sendo necessária a individualização do braquete para a movimentação ou translação. Dividindo sua prescrição em padrões faciais, Capelozza criou braquetes visando a individualização dos casos, do ponto de vista de perfil facial e ósseo.

Percebe-se que vários pesquisadores aplicaram seus conhecimentos no desenvolvimento de braquetes, a fim de resolver seus casos da melhor maneira possível, cada um a seu modo. Muitas variações existem, como prescrições Damon, Alexander, Viasis, dentre outros e cabe ao ortodontista aplicar a técnica considerada por ele mais correta e viável ao caso a ser corrigido.

Leitura OBRIGATÓRIA ao ortodontista e bem interessante ao clínico geral:

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